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Agrishow 2022 pode movimentar até R$ 6 bilhões em Ribeirão Preto, projeta organização
Segundo presidente de honra, Maurílio Biagi, expectativa leva em conta correção de preços, além de esperança para o fim da pandemia e bom momento da agricultura brasileira.
Agrishow 2022 pode movimentar até R$ 6 bilhões em Ribeirão Preto, projeta organização
Segundo presidente de honra, Maurílio Biagi, expectativa leva em conta correção de preços, além de esperança para o fim da pandemia e bom momento da agricultura brasileira. Retomada após 3 anos, uma das maiores feiras do agronegócio da América Latina espera 150 mil pessoas em abril.
A retomada da Agrishow, uma das maiores feira do agronegócio da América Latina, pode movimentar até R$ 6 bilhões na edição 2022, que acontece em Ribeirão Preto (SP) no final de abril, projeta a organização do evento.
Segundo o presidente de honra Maurílio Biagi, o número - que representaria o dobro do obtido na edição de 2019, de R$ 2,9 bilhões - leva em conta não só a correção monetária, como também uma demanda reprimida por inovações por parte dos produtores rurais, que deve ser atendida na feira.
Além disso, as esperanças com relação ao fim da pandemia e o aumento de área de plantio para a próxima safra brasileira de grãos contribuem para o que ele define como uma "quebra de recordes."
"Falei dos R$ 6 bilhões por conta do meu entusiasmo, do meu desejo, mas se você pensar um pouquinho vai verificar que somente corrigindo os R$ 2,9 [bilhões] da última feira você já vai para R$ 3,8 bilhões. Existe uma demanda reprimida. São três anos sem feira, não tivemos nada, existe aquele entusiasmo reprimido dentro dos compradores que gostam muito de comprar em feira, que gostam muito de estar presente, isso tem um efeito psicológico no visitante, ele acaba comprando", disse, durante entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (25).
Presidente geral da feira, Francisco Matturro é otimista, mas ressalva que é difícil estabelecer um comparativo de valores não só por conta da atualização dos preços desde 2019 como também do avanço tecnológico observado no período, que deve influenciar nos valores das tecnologias em exposição.
"Vai crescer muito, vamos aguardar fechamento da feira. Todos os fundamentos são sólidos para realizar uma grande feira", disse.
Agrishow 2022
Realizada novamente depois de três anos, a Agrishow espera reunir mais de 150 mil pessoas em um espaço de 520 mil metros quadrados com 800 expositores nacionais e internacionais no interior de São Paulo entre 25 e 29 de abril.
Considerada a principal do calendário do agronegócio brasileiro, a feira em Ribeirão Preto deve reunir inovações em agricultura de precisão, fertilizantes, pecuária, irrigação, máquinas agrícolas, entre outros setores, além de colocar os potenciais compradores em contato direto com linhas de crédito oferecidas pelos bancos para a viabilização dos negócios.
Segundo o presidente da feira, a conectividade e a digitalização devem ser conceitos predominantes entre os lançamentos.
"Durante esse período de 3 anos, como o agro não parou, as fábricas não pararam e o desenvolvimento de produtos continuou acelerado, o agro continuou demandando. Devemos ter uma feira com grandes novidades e lançamentos extraordinários", afirmou.
Realizado pela última vez em 2019, o evento foi adiado entre 2020 e 2021 por conta da pandemia da Covid-19, mas foi confirmado para este ano com a melhora dos números epidemiológicos. Além de ressaltar que o evento é a céu aberto, Matturro disse que cuidados serão tomados para que se evitem aglomerações em pontos críticos, como a entrada do recinto.
"Todas as regras sanitárias do Plano São Paulo ou da Prefeitura de Ribeirão Preto serão respeitadas, caso haja qualquer restrição, ela será respeitada", disse.
Fertilizantes, clima e Plano Safra
Ao mesmo tempo em que sinalizam com otimismo para a feira que acontece daqui a um mês, os organizadores estão atentos a fatores como a Guerra na Ucrânia, dúvidas sobre as importações de fertilizantes, questões climáticas e à falta de previsão de recursos pelo Plano Safra, do governo federal.
"Estamos em uma guerra, pode haver modificações dramáticas. Baseado no que enxergo hoje não tenho dúvida de que vamos ter feira excepcional", afirma Biagi.
Com relação às consequências do conflito no leste europeu, o conselheiro da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Carlos Henrique Heredia, observa que já foi entregue todo o fertilizante necessário para a safrinha - com ciclo mais curto e voltado a culturas como milho, feijão e soja -, como já havia mencionado a ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Além disso, os organizadores destacam que a Rússia, embora represente quase um quarto do que o Brasil compra do produto, não é o único fornecedor do mundo.
"Se a gente analisa pela demanda de fertilizantes, já tem safrinha entregue, o fertilizante está na mão do produtor, com um estoque considerável", diz.
Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, por outro lado, ainda considera a questão um desafio a ser superado.
"Não temos outra alternativa, que o agro precisa buscar cada vez mais autossuficiência e estamos imbuídos para que isso seja feito. O grande desafio do agro serão os fertilizantes e a possível falta, por isso o Brasil precisa investir na produção", afirma.
Ainda assim, ele considera o momento da agricultura propício, depois de problemas climáticos em algumas regiões, como no Paraná, onde a seca fez produtores perderem parte da safra da soja.
"A feira que vai valer por três. É um bom momento do agro, fato que passamos por momentos climáticos do Paraná pra baixo, Paraguai, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, mas no restante do país esta bem."
Pedro Estevão Bastos de Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, também confirma que não há créditos disponíveis pelo Plano Safra desde novembro do ano passado, que os recursos a serem utilizados na feira devem ser disponibilizados pelos bancos parceiros do evento e reconhece a alta nas taxas de juros.
No entanto, acredita que as condições ainda são favoráveis para os negócios, dado o retorno que as commodities têm proporcionado aos produtores.
"Os preços das commodities estão muito bons. O nosso otimismo está na rentabilidade do agricultor."
Além disso, cita o aumento de área de produção e o crescimento acima de 60% na venda de máquinas agrícolas nos últimos dois anos. "Se você olhar o agro sob o ponto de vista estrutural, estamos muito bem", diz.
FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2022/03/25/com-demanda-reprimida-agrishow-pode-movimentar-ate-r-6-bilhoes-em-2022-projeta-organizacao.ghtml
FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2022/03/25/com-demanda-reprimida-agrishow-pode-movimentar-ate-r-6-bilhoes-em-2022-projeta-organizacao.ghtml
